Esta carta é de uma mãezinha à doutora que cuidou de seu filho antes dele partir, é um desabafo de uma mãe cheia de dor e saudade.
CARTA:
Perdi meu único filho de
apenas 23 anos de idade, rapaz adorável, estudioso, de uma personalidade e
espírito nobres. Fabinho, como nós o chamávamos, se formaria ao final deste
ano, era admirado por seus mestres e colegas, não só pela sua inteligência mas
também pelo seu caráter, integridade, dignidade, ética e humildade. Meu menino
foi acometido por uma doença, que segundo suas explicações ( da médica) era
“auto-limitada”, ou seja, meu filho ficaria curado. Entreguei a vida de meu
filho em suas mãos ( da médica) e a
senhora me encheu de esperança. Acreditei na senhora quando me dizia “fique
tranqüila”, “não se preocupe”, agora sinto que estava sendo enganada. Meu
Fabinho sofreu em um leito de hospital por 29 dias, e enfrentou todas as
dolorosas intervenções e desconfortos dos procedimentos com muita coragem e
dignidade, nunca reclamou e escondia o medo para não me preocupar. Ele também
acreditou na senhora.
Meu filho tinha planos, em 2013 queria iniciar o mestrado e
depois o doutorado, queria ser um pesquisador para ajudar as pessoas. Meu filho
não ia a festas, não tinha vícios, vivia para os estudos. Nós nos amávamos
muito, vivíamos um para o outro, o pai dele nos abandonou quando ele tinha
apenas 11 anos de idade, daí pra frente foi só eu e ele, o que só aumentou
nosso amor um pelo outro. Meu menino cuidava de mim como um homem maduro. Sabe
doutora, de que vale todo o conhecimento do mundo, todos os títulos, todas as
honras se não existe carinho, se não há amor por aquilo que se faz? E o que um
médico faz, senão cuidar das pessoas? Agora é muito fácil dizer frases feitas
como “acredite em Deus”, para aliviar uma dor dilacerante que não tem como ser
aliviada. Imagine se isso acontecesse com a senhora? Se fosse a senhora que
perdesse sua única filha de 25 anos? Tente se colocar no meu lugar por apenas
uma fração de segundo e, caso a senhora consiga fazê-lo, sentirá o desespero
que sinto agora.
Quando o caixão de meu Fabinho desceu à terra, minha vontade era
ir junto com ele. A senhora sabe o que é isso? Espero que nunca sinta o que eu
estou sentindo agora, pois é horrível. A senhora não imagina o meu desespero de
mãe quando eu ligava pra falar com a senhora e a senhora não atendia, quando eu
lhe passava mensagem e a senhora não respondia, quando meu filho ficava sem
medicação e a senhora não ia vê-lo. Ele foi vítima sim de uma doença grave, eu
sou consciente disso, mas também foi vítima do descaso, da falta de amor ao
próximo, da falta de compromisso profissional.
No seu derradeiro dia liguei em pânico para a senhora e a
senhora o mandou para a UTI, pelo telefone. Meu filho, que já não podia mais
falar, pois tinha feito uma traqueostomia, e mal conseguia respirar, quando
ouviu de uma médica plantonista medíocre que iria para a UTI, ainda arrancou
forças do fundo de seu corpo muito debilitado para digitar no seu celular a
frase “não me abandonem”. Eu disse a ele que isso nunca iria acontecer. Mas a
senhora já o tinha abandonado. O entregou a um médico que nem sequer sabia do
quadro clínico de meu filho. Meu amado filho foi mandado a UTI apenas para
morrer, e a senhora sabe disso. O olhar de pânico dele, que ainda estava
consciente, entrando naquela sala horrenda não sai de minha mente. E a senhora
não estava lá. Será que existe algo mais importante no mundo do que acudir uma
mãe desesperada vendo seu único filho ser levado de seus braços para ser morto,
por ser considerado um caso perdido? Para a senhora com certeza sim, quem sabe
alguns reais a mais na sua conta corrente.
Queria olhar nos seus olhos para que a senhora me dissesse por
que meu filho morreu. Pois no atestado de óbito escreveram o de sempre:
insuficiência respiratória e parada cardíaca, isto é muito pouco para uma mãe.
Acho que faltaram acrescentar: incompetência e negligência médicas.
Meu filho sofreu muito e eu sofri junto com ele, era muito duro
pra mim, como mãe, ver a despreocupação da senhora diante do caso dele, como se
estivesse tratando de um resfriado. Ah DOUTORA, como eu estou sofrendo! E essa
dor não seria menor se ele estivesse recebido a atenção que o caso requeria,
mas certamente ajudaria muito. Gostaria de lhe dizer tanta coisa olhando nos
seus olhos, em uma conversa entre mães. Bem que eu liguei para dizer que meu
querido filho havia morrido, mas a senhora mais uma vez não me atendeu. Quando
recebi sua mensagem tinha acabado de sair do cemitério onde enterrei meu filho
e com ele a minha razão de viver. SEJA FELIZ DOUTORA, EU NUNCA MAIS SEREI. E
QUE DEUS LHE ABENÇÔE.
PS: A
senhora pediu autorização ao Fabinho para escrever um artigo sobre o caso dele,
lamentou até não ter podido fotografar as amígdalas dele logo após a cirurgia.
Eu peço licença a ele para, como mãe, retirar essa autorização tácita.
Belém-Pa, 10 de agosto de
2012
Nota: Este caso aconteceu em
um hospital tradicional de Belém, no período de 06/07 a 04/08/2012, data em que
nosso amado Fabinho partiu para sempre.
TRADUTOR DE IDIOMAS
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sábado, 1 de setembro de 2012
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11 comentários:
Até quando pessoas fragilizadas por doenças vão continuar sendo vítimas de profissionais egoistas, incompententes e mercenários. Essa médica e toda sua equipe, inclusive o hospital onde este rapaz estava internado, deveriam ser processados e condenados por assassinato. Isto é um absurdo. QUE PAÍS É ESSE?
Quanta dor desta mãe...
Como ficamos órfãos quando entramos em um hospital ou em uma UTI, não somos mais donos das pessoas que amamos, chorei ao ver o sofrimento dessa mãe criamos nossos filhos com o maior amor e carinho e temos que entregar para pessoas incompetentes e muitas vezes sem responsabilidades.
Graças a Deus a maioria são profissionais que se dedicam com todo a amor para salvar o próximo.
Infelizmente mãezinha vc foi premiada com uma médica que se não receber o que merece da justiça dos homens a do céu nunca falha.
Lute.. Lute.. não deixe que outras mãezinhas sofram o que vc está sofrendo procure ajuda na Midia em tds os lugares com tds as autoridades competentes não se cale....
Levante a bandeira em nome do teu filho...
compreendo inteiramente o que vc sente,essa mágoa nunca vai passar,eu também perdi meu filho num acidente onde um enfermeiro mal qualificado disse que não era preciso fazer mais nada,pois meu filho ja tinha partido,então os bombeiros só chegaram 2hora e meia depois e o meu filho morreu a caminho do hospital,e quando falo sobre isso,essa mágoa que carrego dentro do meu coração sou mal compreendida.Simples né,não foram eles que perderam a vida,porque qdo se perde um filho,morremos juntas.E isso só sabe quem passa por isso,ser julgada pelos outros é muito fácil,quero ver eles viverem o que vivemos.Qto a seu filho,acho que vc deveria levar esse caso adiante,não por vc.que não em mais jeito,mas sim por outras mães que infelizmente com essa saúde cheia de descaso pelos governantes,certamente acontecerá de novo.Força,é muito,mas muito difícil,mas não desista nunca.Se quiser falar comigo me enconte aqui neste blog.Beijos,fica com Deus.
Queria muito saber o nome do hospital e da médica (com letra minúscula) para me proteger, proteger a minha família e as pessoas que eu conseguisse. Chorei muito ao ler este desabafo e tenho certeza que essa médica vai colher tudo isso que ela está plantando. Isso não é um desejo meu não. É a vida. Queria autorização para postar este texto em facebook. Será q eu posso?
DE IVONETE PARA ANONIMO: Pode colocar em seu facebbok sim, a carta não é minha, mas a mãe não vai se immportar tenho certeza, ela foi ética, não colocou o nome da médica, aconteceu também comigo a morte de meu filho neste mesmo hospital, se folhe filho do médico que o atendeu, tenho certeza que ele teria operado imediatamente, deixou para o outro dia e durante a noite ele entrou em coma, ainda sinto muita revola por isto. Abraços. Ivonete
eu te entendo, eu perdi minha filha de apenas 9 anos de idade, e um dos primeiros medicos q a atendeu, me disse q ela nao ia morrer, eu sabia q ela tava ruim, mas eu confiei no medico. Um medico dizendo q minha filha nao morreria, é claro q eu acreditei. Nenhuma mae quer pensar ao contrario. Mas ela morreu, e eu nao esqueço da voz dele me dizendo: nao mãe, esta hipotese ta descartada.
Não existe mãe que não seja solidária umas com as outras na perda de um filho. Querida, realmente essa médica vai sentir pelo resto de sua vida a falta de humanidade que tem em seu coração . O que eu muito embora não a conheço pessoalmente ,mas no meu e coração consigo abraçá-la; sugiro que busque o conforto de sua alma em Deus.Dedique um tempinho para ajudar e levar o nome do FABINHO por onde passar . Foi um anjo que Deus colocou em sua vida. Reverta sua dor se doando integralmente a uma entidade carente. Creio que assim se sentirá mais confortada servindo a Deus e ao próximo. És grandiosa, guerreira e quem nos fortalece é DEUS. Deixo para você meu arço muito afetuoso e em minhas orações te colocarei em especial.
Maria Luiza
Graça e paz amadas,passei pelo mesmo sofrimento a médica q cuidou de minha filha de 10 anos,nos dava toda segurança,fez a mesma coisa mandou p/outro hospital,lá ela faleceu,nem lá ela foi saber o porque,todos os dias oro p/Deus tirar de meu coração toda mágoa e rancor q sinto por ela,quando a vejo na rua mudo de lugar p/não fazer besteira,como filhas de Deus não podemos odiar o próximo,mas entreguei ela nas mãos de Deus,Ele sabe de toda as coisas,podemos ocultar dos homens,mas de Deus nada passa impune,se não for feita justiça aqui na terra,com toda certeza do juízo final ninguém escapará,que Deus abençoe e conforte todas nós,todos os dias enquanto estivermos por aqui.
Ass:Carol,mãe do anjo Saile,que partiu dia 27/02/11./De Ilhéus-Ba
Hoje faz 7 dias que munha mae faleceu, não chegou a ir para uma UTI, mas piorou muito depois que foi internada para tomar soro e antibioticos. Ela estava com cancer, mas isso não há matou, e sim a infeccção que não conseguiram curar. Também acho que houve uma certa negligencia por causa da idade dela 68, pois para o hospital ela já estava idosa demais, e eles só se interessam por pessoas jovens. Ela saiu de casa boa, apenas meio fraca por que não estava se alimentando direito e porque a infecção a deixava mole, mas é inaceitável que tenha a infecção tenha piorado tando que a levou a morte em 4 dias. Para mim hiuve descaso, má vontade... como uma pessoa pode entrar em um hospital e morrer por causa de uma infecção? Que raios de antibiotico injetável será que foi dado para ela, se o via oral estava fazendo efeito e esse não... Estou tentando acreditar que foi a vontade de Deus, mas estou com muita raiva dos médicos que não deram a atenção devida a ela, e que podem ter apressado sua morte pelo descaso.Afinal ela estava bem aqui em casa, feliz, apenas um pouco mole como a gente fica normalmente quando esta doente, mas nada que indicasse alguma gravidade.
assistam o filme maes de chico
eu ja assisti esse filme...me emocionei demais.
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