Tirado do
livro: Perdas e Luto de Granger E. Westberg:
Logo no
inicio devemos fazer a distinção entre
culpa normal e culpa neurótica. De um modo geral, a culpa normal é a que
sentimos quando fizemos algo ou deixamos
de fazer alguma coisa pela qual deveríamos, pelos padrões de nossa sociedade, nos sentir culpados. A culpa neurótica está
em nos sentirmos culpados de modo desproporcional ao nosso real envolvimento em
um determinado problema. Quando perdemos
alguém que amamos por motivo de morte, seria difícil conceber que qualquer um
de nós que tenha vivido próximo a essa pessoa que partiu não se sentisse
culpado por certas coisas que tenha deixado de fazer por essa pessoa quando ela
estava viva, ou pelo que quer que tenha feito que a deixara ferida. Sabemos que
pecamos contra essa pessoa por pensamentos, palavras e atos, e nossa formação
religiosa diz que devemos encarar nossos pecados, e nos sentir culpados por
eles. É sempre difícil separar completamente um tipo de culpa do outro. Toda
pessoa apresenta algum sentimento de culpa neurótico. É importante falar sobre
o problema da culpa com alguém que compreenda que essa culpa não é nada além de
um sintoma de algo mais profundo, e assim
passaríamos a entender como lidar com esta culpa neurótica, sem ter que
ficar tão infeliz. Se esta culpa não for trabalhada , isto pode dificultar o
completo progresso no mecanismo de volta
à vida. Culpa não resolvida e emoções mal-entendidas desse tipo podem nos tornar miseráveis durante anos, ou vir à
tona em uma variedade de sintomas físicos de angústia. É importante que
encaremos tanto a nossa culpa normal como a neurótica. Não devemos ter medo ou
vergonha de falar sobre nossos sentimentos ou nossa culpa com aqueles que foram
treinados para nos ajudar.
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